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História

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  • O historiador Le Goff ensina-nos que como o passado não é a história mas o seu objeto, também a memória não é a história, mas um de seus objetos e, simultaneamente, um nível elementar da elaboração histórica. Passado, memória, história, conceitos que se entrecruzam para pensarmos um monumento no seu presente, coexistem como vias de acesso a um conjunto de marcos e transformações sintetizados em uma obra que hoje devemos, por vontade e obrigação, comemorar. O passado não é mais que uma das dimensões do presente, a memória é uma seleção de fatos hierarquizados e a história tem como norma a verdade. Pretende-se, com este breve memorial, constituir um signo deste acontecimento materializado como Colégio Diocesano Dom Bosco, formando gerações para transformarem o mundo em algo sempre melhor e mais feliz.

Pensemos em um certo lugar do sertão, mais precisamente em uma jovem cidadezinha em festa pela passagem dos seus 30 anos de emancipação política. Era apenas o primeiro cartel do século XX, que inaugurava novas concepções de mundo e de existência humana, entre a desilusão da grande primeira guerra e a esperança atribuindo novos sentidos à paz mundial, inaugurando um novo tempo das luzes, da visão positiva de seres e fazeres, de sonhos de construções inéditas da fé aqui no mundo. A terra, esse substantivo amplo, pleno, universal, haveria de encontrar sua referência, o seu local, na cidadezinha emergente às margens deste rio gigante, cujas águas assumem a significação da própria vida. Esta terra Petrolina, cidade em 1895, obra maravilhosa de mãos que trabalham, mentes firmes e almas empreendedoras, que haveria de se fazer realidade próspera no chão seco do semi-árido nordestino.

Em Petrolina, na Praça do Centenário, ao lado da Igreja Matriz, um monumento, composto por um barco e a estátua de um missionário, simboliza a presença da igreja católica na evangelização do povo ribeirinho. Esse registro significativo revela a ação da Igreja no desenvolvimento do pensamento humanístico-religioso e dos diversos setores sócio-culturais petrolinenses. Não é difícil, por tudo que denota ou simboliza, concluir que Petrolina é uma cidade construída pela causa cristã. A história da cidade é confundida com a história das ações religiosas e da educação católica.

Pela Bula Pontifícia Dominicis Gregis, de 1923, Petrolina ascendeu à categoria de Diocese. No dia 14 de agosto do ano seguinte, a cidade recebeu festivamente aquele que definiria os grandes passos de sua história: Dom Antônio Maria Malan, primeiro Bispo Diocesano. Imprimiria seu nome nas grandes e eternas realizações da cidadezinha, marcando a sua história em duas etapas: antes e depois de sua chegada. A afirmação de tal marco faz subentender a figura de Dom Malan como agente das grandes realizações que se perpetuam nos dias de hoje como exemplos de obstinação e labor, destinando-se a fazer brotar novas flores na aridez da caatinga. Petrolina, recado de Deus para os seus filhos, constituiu-se espetacularmente em proeza inspirada pela religiosidade, numa realidade de terra abençoada que viu chegar o mensageiro das boas novas, o mentor da gloriosa trajetória. Desse ideal de fé que constrói maravilhas, que transforma a mente e a alma, a rudeza desértica do chão, onde tudo inspira crescimento humano, erigiu-se uma nova cidade. Desse pensamento positivo idealizou-se a educação sob o nome de Dom Bosco, o fundador da voz salesiana no mundo, educandário inaugurado em 1926, apenas dois anos após a chegada do primeiro e inesquecível pastor.

Foi pelas mãos do grande pastor que Petrolina ganhou uma das instituições que mais a enobrecem. Dom Malan fundou o Colégio Dom Bosco na certeza de que a sua criação transformaria as gerações para o exercício de importantes papéis que a história lhes reservaria. Exemplo magnânimo de dignidade no tratamento à educação, esta escola escreveria umas das mais generosas páginas da história educacional do sertão nordestino. O Dom Bosco de Petrolina é um dos mais antigos educandários da região.